Consenso versus decisões
por votaçãoEditar
Ver artigo principal: Decisão por consenso
O
consenso se obtém por meio de diálogo.
Fazendo uma analogia matemática,
a pessoa A fala 5, enquanto B fala 2. Depois
de algum tempo, A fala 4,5, e B fala 2,15. Ao
final, A e B decidem que a melhor solução
para ambos é 3,50, ambos cedendo um pouco em suas posições.
O
consenso é, desta forma, obtido por ambas as partes cederem, concordarem e
discordarem, obtendo um resultado final diferente do ponto de partida, com
benefícios e perdas comuns a ambas as partes ou até mesmo com a construção de
uma nova solução, que incorpore a soma de ambas as posições.
As partes buscam
os objetivos em comum das propostas, dialogam para defini-los, negociam trocas,
tentando manter os melhores pontos e desfazendo-se do que consideram os piores
ou menos importantes. Por meio das palavras, as partes descobrem se há consenso
ou não. Deve-se então, tomar cuidado para não confundir a busca de um meio-termo com consenso, pois
este é um método de tomada de decisões no qual a opinião de
todos são escutadas e a solução final não necessariamente é originada de um
meio-termo.
É
possível que algum conflito de interesses impossibilite a
construção de um consenso. Nestes casos, a resolução pode ser feita por meio de
uma votação.
A
votação é outra metodologia para a tomada de decisões quanto à resolução de
questões. Isto pode ocorrer em casos nos quais o consenso é impraticável.
Geralmente, questões que envolvem gosto pessoal e critérios de formação moral têm
maiores dificuldades de obter um consenso, pois alguns detalhes da discussão
podem ser considerados inflexíveis, no entanto não é impossível.
Assim,
a votação é uma maneira de se obter a maioria, e fazer com que a decisão seja
aceita conforme regras predeterminadas de comum acordo, mesmo que a parte
perdedora não concorde com o resultado após o fim da votação. É diferente da
ideia de consenso, no qual todos buscam pontos de comum acordo.
Exemplos
de consensoEditar
Milhares
de comunidades no mundo inteiro vivem diariamente com processos de tomada de
decisão por consenso, em praticamente todas instâncias da vida em comunidade.
Exemplo disso são muitas comunidades indígenas,
como os Chiapas, ou comunidades intencionais, como as ecovilas.
A
Igreja Católica Apostólica Romana e a Federação Luterana Mundial, entraram em
um consenso, em relação a teoria da justificação. A partir desta decisão, ambas
as igrejas, depois de séculos divergências sobre o assunto, juntaram esforços
para estudar o assunto.[2]
Um exemplo
de tomadas de decisões por meio de consenso é o existente no modelo Westminster
de democracia, posto em prática no Reino
Unido. Neste sistema democrático,
sem a utilização de votações, as decisões do gabinete são tomadas por ações
inclusivas de consenso, isto é, todos os ministros debatem suas posições, e ao
final têm que concordar com a ação a ser tomada, e defendê-las publicamente. Em
situações excepcionais, caso um ministro não concorde com o rumo da decisão,
ele pode renunciar ao cargo, como fez Robin Cook à
época da invasão do Iraque, no ano de 2003.
Ver
tambémEditar
Referências
1.
↑ Conflito
e Consenso (em inglês)
2.
↑ CONCÍLIO
PONTIFÍCIO DA CÚRIA ROMANA, Posicionamento Oficial Conjunto da Federação Luterana
Mundial e da Igreja Católica, disponível em http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-official-statement_po.html
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