O PRESIDENTE JOMAV FALOU PARA UMA MOLDURA HUMANA COMPOSTA DE MAIS DE 30 MIL POPULARES, NÃO SÓ DE BISSAU, MAS TAMBÉM DE ALGUMAS REPRESENTAÇÕES DO INTERIOR QUE FIZERAM QUESTÃO DE ESTAREM PRESENTE NAQUILO QUE FOI UMA AUTENTICA FESTA POPULAR E UM SELAR DE CONFIANÇA NO GARANTE DO POVO.
LEIAM A INTERVENÇÃO DO JOMAV, QUE FALOU DE IMPROVISO E EM CRIOULO, ENCANTANDO TUDO E TODOS PELA CLAREZA DE SUAS MENSAGENS QUE SÃO LOGO ASSIMILADAS PELO POVO GUINEENSE, PRINCIPAL BENEFICIÁRIO DA POLITICA DE JOMAV:
Viva a nossa capital
Estamos hoje aqui na
capital, para o no fecho da Presidência Aberta.
Obrigado mais uma vez
Guiné-Bissau, sobretudo, Bissau por esta grande moldura humana. Tinham me dito
que ninguém sairia à rua hoje.
Gostaria igualmente de
agradecer todo o calor, amizade e confiança manifestada pelo nosso povo durante
a nossa digressão pelo país, no decurso da qual ouvi as dificuldades no
dia-a-dia dos nossos irmãos que vivem no interior e nas ilhas, sobretudo, as
suas amarguras, lamentações, tristezas e sofrimentos, nomeadamente em:
§ Gabú, Pirada e Piche
§ Bafatá
§ Buba
§ Catió
§ Bolama e Bubaque
§ Canchungo, Ingoré e São Domingos
§ Bissorã, Mansoa, Farim
§ Biombo - Prábis, Ondame e Quinhamel
Não pouparei esforços.
Temos que ter a
solução para essas dificuldades, porque foi para isso que me elegeram
Presidente da República – e a solução para todas estas dificuldade chama-se
trabalho.
Temos que adoptar o
trabalho como a nossa forma de ser e de estar.
Fomos valentes e
inteligentes na conquista da independência, mas, até agora, temos sido fracos e
incompetentes na gestão do dia-a-dia dos guineenses pós-independência.
Sobretudo, na implementação do programa maior preconizado pelo Camarada Amílcar
Cabral.
Voltamos as costas
àquilo que foi a razão da nossa luta, com isso fragilizamos o Estado e as suas
instituições.
O Estado perdeu a sua
essência enquanto tal, sobretudo, enquanto defensor e garante da unidade
nacional, justiça, paz e estabilidade.
O país defraudou as
melhores expectativas dos seus melhores filhos até chegar ao ponto onde estamos
hoje.
O Estado e as suas
instituições existem só para os mais fortes e a grande maioria entregues a sua
sorte.
Devemos novamente
revisitar as bases fundamentais que estiveram na base da nossa vitória na luta
pela independência. Caso contrário, estamos perdidos.
Não é para esta Guiné
que eu pedi voto de confiança aos guineenses.
Fui muito claro em
2014 durante a campanha presidencial, prometi aos guineenses de que, se me
dessem o seu voto, eu seria:
§ O melhor Presidente da República e
§ A partir do meu mandato, mudar o nosso país.
Sou e serei cumpridor
das minhas promessas, mesmo que isso venha a custar a minha própria vida.
Aceitei ser Presidente
da República para juntamente com os guineenses que pensam como eu cumprir uma
missão patriótica, ou seja, mudar e transformar o nosso país para o bem de
todos os guineenses e nunca para servir interesses de um grupinho.
Com essa missão
patriótica a Guiné-Bissau será de todos e para todos.
Depois desta digressão
pela Guiné profunda, cheguei a conclusão de que é possível a concretização das
minhas promessas eleitorais, assim como mudar o país para o bem dos guineenses.
Compromissos esses que
consiste em acabar com uma série de desvios de procedimentos e superar os
desafios na luta contra a pobreza.
Mini Balanço do meu
compromisso enquanto candidato:
§ Arreia pesada de Varela – parou a sua exploração – eu tinha
comprometido manda parar,
§ Corte de madeira – parou igualmente o abate - eu tinha comprometido
manda parar,
§ O sector das pescas – está em profunda mutação,
§ Campanha da castanha de cajú começou com 500 Francos/kg e hoje está a
1.000 Francos/kg – valor nunca antes alcançado na história da campanha na
Guiné-Bissau. Chegou-se a trocar 3 sacos da castanha por 1 saco de arroz e hoje
estamos a assistir o inverso, isto é, 1 saco da castanha de cajú de 50 kg
equivale a 3 sacos de arroz de 50 kg.
Um conselho aos
guineenses e, sobretudo, aos produtores da castanha de caju: após a conclusão
da campanha, todos devem depositar o dinheiro nos bancos. Em seguida, dividir
esse montante por 12 meses, a fim de fixar a despesa mensal para as famílias.
Com isso queria chamar atenção para a necessidade de garantirem o sustento e a
estabilidade familiar até a próxima campanha, evitando assim receber dos outros
qualquer adiantamento para a campanha do ano seguinte. O depósito no banco
serve também para conquistarem a confiança junto dos bancos face ao futuro
investimento da família.
Caros Irmãos,
A caminhada que temos
vindo a empreender para mudar o nosso país será longa e difícil, mas não
impossível.
Para isso, é
obrigatório sabermos de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.
O importante é ter
como objectivo melhorar as condições de vida dos guineenses, deixar para trás
as querelas políticas e as ambições pessoais.
O nosso país está num
ponto de viragem e só será possível com o apoio de todos vocês.
O reconhecimento
internacional já está a vir ao de cima a nível da liberdade de imprensa.
A nível de direitos
humanos, tenho a certeza de que a nossa posição vai conhecer uma classificação
melhor.
Esta melhoria em
termos de apreciação pela comunidade internacional leva-me a pedir aos
guineenses para não se preocuparem com insultos porque isso só nos engrandece.
Por causa desses insultos estamos classificados em terceira posição a nível da
liberdade de imprensa. As pessoas que insultam fingem não lembrar do seu
passado, mas os guineenses sabem muito bem a vida de cada um de nós e se
soubessem a opinião da nossa sociedade sobre eles deixavam de proferir
insultos.
Peço aos guineenses
para que desprezem os profetas da desgraça, visto que foi através deste método
que muitos guineenses conheceram prisões arbitrárias, espancamentos e mortes.
Sendo verdade ou mentira a eminência de um golpe de Estado, asseguro-vos que
ninguém será preso arbitrariamente, nem espancado e muito menos morto. Estes
profetas da desgraça ou estão a fingir ou não querem reconhecer que a
Guiné-Bissau mudou.
É muito triste o que
se passa no nosso país, quando algumas pessoas pensam que a Guiné-Bissau é
propriedade deles, das suas famílias e dos seus amigos.
Mesmo se deixar de ser
Presidente da República hoje, a Guiné-Bissau nunca mais será igual àquilo que
foi no passado, porque eu sei que o meu país mudou.
A Guiné-Bissau hoje é
de todos e é mãe de todos os seus filhos e não de um grupinho. Comigo na
Presidência não haverá guineenses de primeira, nem de segunda. Todos são
guineenses, por igual.
É esse o meu maior
adversário na Guiné-Bissau, porque existe um pequeno grupinho que julgam ser
donos de tudo isto. Querem tudo para eles e julgam que o dinheiro do Estado é
para eles. Esse grupinho acha ainda que o dinheiro do Estado serve para
resolver os problemas deles, da família e dos amigos. Não podemos aceitar ou
permitir que o dinheiro do nosso povo seja desviado para promover interesses
pessoais, da família, dos amigos ou de pessoas próximas.
Essas pessoas pensam
que só a sua família e os seus amigos é que podem ter boa vida, comer do bom e
do melhor, ter direito a escola, acesso ao hospital, etc.
Vivemos num país onde
as pessoas têm medo da verdade, preferem morrer do que dizer verdade.
A Guiné-Bissau que eu
defendo é uma Guiné melhor, de igualdade de oportunidade e bem-estar social
para todos, o que eu sempre sonhei e desejei. Esta será a Guiné que deixarei
para os nossos netos. Esta é a Guiné do futuro.
Caros irmãos,
Passei quase 3 anos do
meu mandato somente para enfrentar uma minoria que quer fazer o país refém,
para enriquecer à custa do dinheiro do povo.
Durante estes 3 anos,
quer queiramos quer não, a Guiné-Bissau mudou. Para essa mudança, apostei em 3
desafios:
1. Paz e Estabilidade
2. Dinheiro do Estado
no Cofre do Estado
3. Mon-na-lama
1. Paz e Estabilidade
É crucial para o
futuro da Guiné-Bissau. O caminho até hoje percorrido encoraja-nos a afirmar
que estamos na fase de concretizar este primeiro desafio:
§ Não há violência,
§ Na Guiné-Bissau de hoje acabaram as mortes por razões políticas,
§ As nossas forças armadas são republicanas e estão a funcionar de
acordo com a nossa Constituição,
§ Todos os cidadãos são tratados de igual forma,
§ Não houve tiros nos quartéis,
§ Ninguém foi morto,
§ Ninguém foi espancado,
§ Direitos humanos respeitados,
§ Liberdade de imprensa, de expressão e de manifestação.
Temos que continuar a
trabalhar para consolidar a Paz e Estabilidade.
2. Dinheiro do Estado
no Cofre do Estado
Não podemos continuar
a fingir que não estamos a ver as condições em que o país se encontra:
§ Falta de condições nos hospitais,
§ As nossas estradas cheias de buracos,
§ O nosso ensino não funciona, escolas sem condições,
§ Devemos dar atenção a escola – motivo do nosso atraso face aos
outros. Eu estou aqui neste palco a falar, sou o fruto da escola. Peço a todos
os pais para deixarem os filhos e as filhas irem para a escola, para não
comprometerem o futuro destas crianças e do país. O Futuro é a Escola.
§ Não há luz,
§ Não há água potável nas nossas casas,
§ Não temos capacidade de dar de comer a nossa população,
§ Não conseguimos cuidar dos nossos antigos combatentes,
§ Não conseguimos cuidar dos nossos homens grandes e das mulheres
grandes.
Para termos boas
escolas, bons hospitais, boas estradas e proporcionar uma vida melhor aos
nossos Combatentes da Liberdade da Pátria, devemos colocar o Dinheiro do Estado
no Cofre do Estado.
3. Mon-na-lama
Só o trabalho nos pode
tirar desta situação em que vivemos – Mon-na-lama.
Dedicação ao trabalho
e, sobretudo, dedicação à agricultura, para desenvolvimento sustentável da
nossa economia.
Juntos, temos
condições para fazer do nosso país um grande país:
§ Se nos dedicarmos à agricultura para dar de comer a nossa população,
§ Na transformação dos nossos produtos primários,
§ Se controlarmos o nosso mar – através de uma fiscalização séria da
nossa zona económica exclusiva,
§ Se aproveitarmos as nossas potencialidades turísticas.
A única saída que nos
conduzirá a um futuro melhor – é o trabalho – trabalhar juntos em prol do país.
Minhas irmãs e meus
irmãos,
Hoje é o dia em que
termino esta Presidência Aberta e inicio uma nova etapa para, em conjunto com o
Governo, encontrarmos soluções que melhore a qualidade de vida de todos os
guineenses.
Para isso, temos de
pôr “Mon-na-lama” e “nô djunta mon pa terra ranka e pa muda Guiné-Bissau”. Não
interessa só o que JOMAV e os políticos possam fazer pelas pessoas, mas também
o que as pessoas podem fazer por elas mesmo.
Obrigado a todos os
que me acompanharam durante esta Presidência Aberta. Um agradecimento especial
aos nossos compatriotas residentes na diáspora – que nos têm acompanhado nas
emissões em directo e faço um apelo para regressarem ao país.
Guiné-Bissau i terra
de futuro e de oportunidades.
Aproveito ainda para
agradecer:
A Comissão
organizadora da Presidencia Aberta a nivel nacional.
§ A comitiva do Governo que me têm acompanhado durante esta Presidência
Aberta,
§ Ao Corpo de Seguranças, os Militares e paramilitares,
§ Toda a equipa de apoio da Presidência da República nas mais diversas
áreas,
§ Aos nossos jornalistas nacionais e a cortesia do nosso amigo e irmão
Presidente do Senegal, que fez deslocar uma equipa da RTS para tornar possível
a transmissão em directo,
§ Aos nossos músicos e à empresa CUBASON,
§ Aos Régulos, homens grandes e mulheres grandes,
§ Aos jovens e crianças – o futuro do nosso país.
E toda a população das
regiões e sectores que ao longo das estradas por onde passamos nos acarinharam
com aplausos e mensagens de encorajamento.
Obrigado pelo vosso apoio.
Viva Bissau!
Viva a Guiné-Bissau!
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