quinta-feira, 19 de outubro de 2017
INVESTIGADOR ALERTA QUE ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS ESTÃO LONGE DE ACONTECER
O investigador guineense, Idrissa Djalo, considera, esta quinta-feira (19), que não vai ser por agora a realização das eleições autárcicas no país devido as mudanças constantes do governo. Segundo ele ao longo dos 23 anos o país conheceu números exorbitantes de eleições com 18 governos diferentes
Idrissa Djalo, orador da conferência realizada pelo Instituto Nacional dos Estudos e Pesquisas (INEP) que juntou várias personalidades para falar do próximo processo eleitoral interrogando desta forma se o país está pronto para as eleições autarquias, que falava, em exclusivo á Rádio Sol Mansi (RSM), afirma ainda que o tema em debate é uma provocação para a realização das eleições autárquicas.
“Constatamos que ao longo dos 23 anos tivemos praticamente oito (08) eleições entre legislativas e presidências e as vezes simultaneamente quando normalmente deveriam ser realizadas quatro (04) eleições. Durante este mesmo período constatamos que houve 18 primeiros-ministros nomeados no país”, explica Idrissa que interroga a possibilidade para a realização das eleições autárquicas durante os 23 anos sendo que na média de três anos o país realiza eleições.
“A média das eleições é de 2,8 anos. Nenhum governo conseguiu governar durante dois anos”, avança.
Idrissa Djalo admite que o país está longe de realizar as eleições autarquias tendo em conta a dinâmica do ciclo eleitoral.
“Se formos para as legislativas logo em Maio de 2018 certamente iremos preparar para as presidenciais de 2019. As autarquias dificilmente irão ser enxertadas neste espaço de tempo”, alerta.
Idrissa aconselha ainda que seja criado comité de pilotagem ou uma comissão multissectorial para preparar envolver os actores para criar temos de referencias bem definidas só para as autarquias criando desta forma calendários e actividades que são necessárias fazer para a implementação das autarquias.
A lei sobre autarquias já tinha sido aprovada pela Assembleia e promulgada pelo presidente da república faltando agora a sua publicação.
Na Guiné-Bissau ainda não decorreram as eleições autárquicas em mais de 20 anos de democracia representativa, um facto que coloca o país numa situação de incumprimento do seu ciclo eleitoral.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Iasmine Fernandes/radiosolmansi com Conosaba
REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU PARTIDO AFRICANO DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO-VERDE COMISSÃO POLÍTICA DO PAIGC EM FRANÇA
COMUNICADO
Tendo tomado conhecimento através do Secretariado Nacional do Partido, da tentativa de assalto a Sede Nacional do Partido em Bissau, hoje 18 de Outubro de 2017, por um grupo de jovens que tentaram desta forma impedir os militantes de entrar.
1. A Comissão Política do PAIGC em França, reitera a sua condenação inequívoca aos atos bárbaros e vergonhosos, perpetuados pelos grupos de jovens, que perturbaram a ordem e tranquilidade.
2. A Comissão Política do PAIGC em França, saúda a ação espontânea e vigorosa dos militantes, na legítima defesa, combate ao crime, e na proteção do património do partido. - “Inspirando o exemplo dos nossos heróis nacionais, leais ao partido e a pátria de Amílcar Cabral”.
3. A Comissão Política do PAIGC em França, Igualmente, saúda e solidariza-se com a Direção Superior do Partido, e o Presidente, Eng.º Domingos Simões Pereira.
“ A LUTA CONTINUA, A VITÓRIA É CERTA”
“VIVA O PAIGC”
“VIVA A GUINÉ-BISSAU”
Paris, 18 de Outubro de 2017
Caetano José Baticã Ferreira (Flávio)
O Presidente
BRAIMA CAMARÁ “ NENHUM ELEMENTO DOS 15 PARTICIPOU NO ASSALTO”
O coordenador do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Braima Camará refutou, esta quarta-feira, o envolvimento de qualquer elemento do grupo na suposta tentativa de assalto a sede do partido, que aconteceu no princípio desta manhã.
Braima Camará reagiu com indignação ao incidente, afirmando que nenhum elemento do grupo tenha participado ou tenha sido mandatário do assalto.
“ Com muita indignação e estupefacção que também tomei conhecimento dessa ocorrência. Quero que fique claro que, como coordenador não sei da participação de nenhum dirigente dos 15, ou que tenha mandatado o assalto” esclarece o coordenador do grupo.
O país vive um impasse político há cerca de três anos, depois do Presidente da República ter demitido o Governo de Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, partido que venceu as eleições legislativas de 2014.
Na manhã desta quarta-feira, um grupo de indivíduos invadiu a sede dos libertadores e houve alguns feridos graves durante os confrontos.
Nesse sentido, Braima Camará condenou o ato de violência e considerou que todos os desentendimentos devem ser resolvidos com diálogo.
“ Condeno qualquer ato de violência” notou o dirigente, justificando que, foi por isso que embora perdeu injustamente o congresso do partido em Cacheu não disse nada a ninguém.
O Grupo dos 15 é um grupo de deputados expulsos do PAIGC, depois de votarem contra o programa do Governo submetido ao parlamento por Carlos Correia, que substituiu Domingos Simões Pereira.
Na sequência da expulsão daqueles deputados, o parlamento ficou bloqueado e está parado há cerca de dois anos.
Apesar das forças de segurança terem um dispositivo junto a sede do PAIGC, que fica localizada na Praça dos Heróis Nacionais, só intervieram quando começaram os confrontos, segundo relatos dos militantes do partido.
Confrontado com a situação na sede do partido, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, lamentou o comportamento da força de segurança que estavam nas imediações da sede do PAIGC.
Para Augusto Mário da Silva, as forças de segurança deveriam assumir o papel republicano para evitar os confrontos que aconteceram no local esta manhã.
“As nossas forças de segurança deviam intervir preventivamente para evitar o confronto que se registou na sede partido, porque se trata de um ato de perturbação da ordem pública no país”, declarou Mário da Silva.
O presidente da Liga e ativista dos direitos humanos, aproveitou o encontro com a imprensa para apelar as partes uma maior contenção e serenidade na resolução desta crise interna no PAIGC.
De recordar que o grupo dos dissidentes do PAIGC acusam a direção do partido de recusar a sua reintegração e, ainda de os convidar a violência.
Em conferência de imprensa na semana passada, o grupo responsabiliza o líder do partido, Domingos Simões Pereira pela divisão desta força politica.
Abel da Silva, deputado e antigo secretário nacional do PAIGC, pertencente ao grupo dos 15 acusou a direção do partido de não aceitar o repto que recentemente lançaram ao partido no sentido de abrir o canal do diálogo que possibilite a reintegração dos dissidentes expulsos.
/ /Por: Alcene Sidibé
Conosaba/faladepapagaio-Radiojovem
«COOPERAÇÃO» NOVO EMBAIXADOR DA NIGÉRIA REALÇA NECESSIDADE DE FORTALECER COM GUINÉ-BISSAU
PM e o Embaixador da Nigéria
Bissau,19 Out 17(ANG) - O novo embaixador da Nigéria, o contra-almirante Adeyemi Ambrose Afolohan realçou a necessidade dos dois países fortalecerem a cooperação bilateral e trabalharem afincadamente para que haja paz na Guiné-Bissau.
Segundo o Assessor de Imprensa do Primeiro-Ministro, o diplomata nigeriano manteve hoje um encontro com Umaro Sissoco Embaló a quem manifestou a sua satisfação pela receção calorosa de que foi alvo na Guiné-Bissau.
Adeyemi Ambrose que está a efetuar visita aos titulares dos órgãos da soberania do país.
Acrescentou que só com a paz e estabilidade é que poderá haver investimento estrangeiro em proveito do povo.
Conosaba/ANG/ÂC/SG
"ESTAMOS DISPONÍVEIS PARA AJUDAR" A GUINÉ-BISSAU - PRESIDENTE DE CABO VERDE
Jorge Carlos Fonseca diz que Cabo Verde não quer dar ensinamentos, mas está disponível para ajudar a Guiné-Bissau a resolver a crise política, se for solicitado.
"Nós temos uma relação com a Guiné-Bissau como dois Estados soberanos, dois países amigos. Portanto, nós acompanhamos, ouvimos todos", afirmou o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, em Lisboa.
Cabo Verde está aberto à mediação da crise política na Guiné-Bissau se para tal for chamado: "Estamos disponíveis para ajudar se isso nos for solicitado. Uma mediação, por exemplo, seria uma possibilidade desde que todas as partes envolvidas pudessem estar interessadas nisso", declarou o Presidente.
No entanto, o chefe de Estado cabo-verdiano não confirma se esta disponibilidade terá sido abordada no recente encontro (17.10) que teve com o primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco, e com o Presidente José Mário Vaz: "explicitamente, formalmente não. Não falamos disso".
Recentemente, na cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca e Sissoco Emabló falaram "sobre a situação atual, a visão que o Governo tem sobre a situação política, a visão que tem sobre a execução dos Acordos de Conacri, a situação de impasse em relação ao funcionamento do Parlamento", além de outras questões como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que tenta mediar a crise guineense, enumerou o Presidente cabo-verdiano.
O primeiro-ministro guineense "solicita sempre que Cabo Verde poderia, de alguma forma, ajudar, mas não é fácil", disse Jorge Carlos Fonseca. Mas "nós só nos envolveríamos numa operação deste género se isso nos fosse solicitado e se houvesse consenso das partes todas", acrescentou.
De lembrar que à saída do breve encontro com o Presidente de Cabo Verde, o chefe de Governo guineense afirmou que "a Guiné-Bissau já não tem problemas políticos. A crise da Guiné tem de ser ultrapassada pelos próprios filhos da Guiné".
Experiência democrática positiva
Cabo Verde pode usar da sua experiência democrática para ajudar a Guiné-Bissau a sair da crise política. Mas Jorge Carlos Fonseca ressalva que Cabo Verde não pretende "dar exemplos a ninguém".
O Presidente cabo-verdiano falou à DW e à RDP-África à margem de uma conferência internacional de evocação dos 150 anos do nascimento do poeta cabo-verdiano Eugénio Tavares e dos 25 anos de vigência da Constituição da República de Cabo Verde, ainda sujeita ao aperfeiçoamento.
É uma "Constituição com a qual o país tem vivido com estabilidade política, com estabilidade social e institucional" e, nesse sentido, "tem servido bem o país", afirmou Jorge Carlos Fonseca.
"Não houve nenhuma crise política relevante que não fosse resolvida no quadro desta Constituição. E, portanto, devemos defendê-la, aprimorá-la, porque as constituições não são eternas. Estamos em período de revisão constitucional, é natural que surjam propostas do mais diferente tipo. Mas, no meu entendimento, é uma Constituição boa, válida e que está para durar", acrescentou o chefe de Estado cabo-verdiano.
"Entendimentos necessários para viabilizar as eleições"
Inquirido pela DW se o Governo de Umaro Sissoco tem autoridade, no plano constitucional, para organizar eleições no país, Jorge Carlos Fonseca considera que "sim". "Suponho que as eleições têm uma data previsível para 2018, mas até lá eu creio que tem que se chegar a entendimentos necessários para que se possa viabilizar as eleições".
Entretanto, perante o impasse para a implementação do Acordo de Conacri, vários partidos guineenses pediram a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) para a estabilização política na Guiné-Bissau.
Confrontado pela DW sobre a ideia lançada também pela sociedade civil de entregar a gestão do país às Nações Unidas, o Presidente cabo-verdiano sustentou que "a solução passa pelos próprios agentes políticos guineenses e pelos guineenses, através do diálogo, da ponderação e da defesa dos interesses [nacionais], que são fundamentais".
A Guiné-Bissau "tem sofrido muito e que precisa de encontrar os caminhos da estabilidade, em primeiro lugar, e da paz, mas também os caminhos do aprofundamento da democracia e do progresso para todos os guineenses", concluiu Jorge Carlos Fonseca.
A conferência internacional de evocação dos 150 anos do nascimento de Eugénio Tavares e dos 25 anos da Constituição da República de Cabo Verde teve lugar na Universidade Lusófona, quarta-feira (18.10), no âmbito da VI Quinzena da Cultura Cabo-verdiana em Lisboa.
Conosaba/DW
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