No quadro de uma visita de três dias efetuada
a Portugal, na semana passada, o Primeiro-Ministro, Umaru Sissoco Embaló,
procedeu ontem, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, ao balanço positivo
da sua deslocação para Lisboa a convite do seu homólogo português, António
Costa.
O Chefe do Executivo que deixou o país na
quinta-feira a noite disse aos jornalistas que, brevemente, os governos dos
dois países irão iniciar a troca de correspondências e de viagens a nível dos
ministros dos Negócios Estrangeiros no sentido de se dinamizar ainda mais a
cooperação existente entre a Guiné-Bissau e Portugal.
Umaru Sissoco Embaló que se fez acompanhar
nesta sua viagem pelo Ministro de Estado e dos Combatentes da Liberdade da
Pátria e da Reinserção, Aristides Ocante da Silva e pelo Ministro do Turismo e Artesanato,
Fernando Vaz, disse a imprensa que formulou um convite ao Chefe do Governo
português, António Costa, para visitar a Guiné-Bissau nos próximos tempos, o
que este aceitou prontamente.
O Primeiro-Ministro esclareceu, entretanto,
que aproveitou nesta visita para dissipar certas dúvidas que por aí se falam
das relações de amizade e cooperação existentes entre os nossos dois países.
“A relação existente entre a Guiné-Bissau e
Portugal, enquanto eu o Primeiro-Ministro, ultrapassa as pessoas. Não posso
pensar que não é porque eu conheço, por exemplo o Presidente da Nigéria, ou da
China ou da Rússia que a Guiné-Bissau estará dependente das minhas relações.
Não. A Guiné-Bissau é um Estado antes de eu chegar ao cargo de Primeiro-Ministro”,
salientou.
Sissoco Embaló referenciou de que durante a
sua estada em Lisboa falou igualmente com a comunidade guineense residente em
Portugal, tendo-se manifestado o otimismo de que as relações que caracterizam
os dois países sempre continuarão em melhores condições, contrariamente ao que
muitos pensam.
“O Primeiro-Ministro, António Costa disse-me
que a sua mãe passou por seis meses na Guiné-Bissau, concretamente nas ilhas
bijagós e que conhece muito bem o Fernando Vaz e o Embaixador Hélder”.
Segundo o Chefe do Governo, o
Primeiro-Ministro de Portugal entende que Umaru Sissoco Embaló poderá ser uma
espécie de “ponte” na sub-região tendo em conta as suas relações de amizade com
muitas personalidades destacadas e inclusive vários chefes de Estado africanos.
“Há muitas empresas portuguesas de construção
que podem operar nos países da sub-região”, sublinhou Sissoco Embaló.
No que diz respeito ao diferendo existente
entre os dois países no que se refere ao caso “RTP-África e RDP-África”, cujas
licenças de operação foram suspensas na Guiné-Bissau, o Primeiro-Ministro disse
que o problema existente é de nível mais baixo dos dois chefes de Governo, mas
espera que dentro em breve os dois titulares ministeriais saberão ultrapassar o
problema. “A minha posição é de se abrir as duas estações, mas na base de
respeito mútuo e não podemos aceitar que esses órgãos continuem a falar da
Guiné-Bissau só no nível do Presidente da República, ou do Primeiro-Ministro,
etc.”.
Bacar Baldé
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