PR Guiné-Bissau diz que organização
sub-regional "está mal informada" sobre situação do país.
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou
que os líderes da comunidade da Africa Ocidental (CEDEAO) estão
"completamente desinformados" sobre a situação no país onde garante
não existir "nenhum problema, tirando a politiquice".
Em declarações aos jornalistas, na sua chegada ao país na última madrugada,
vindo da Nigéria, José Mário Vaz, comentava a posição da cimeira dos chefes de
Estado e de governos da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental
(CEDEAO) que recomendou o entendimento entre a classe política guineense.
A organização fez uma exortação expressa no seu comunicado final ao Presidente
guineense no sentido de cumprir e fazer cumprir o chamado Acordo de Conacri,
instrumento com o qual a CEDEAO acredita que a Guiné-Bissau poderá sair da
crise política em que se encontra mergulhada há mais de 16 meses.
"A preocupação dos outros chefes de Estado e de governos com o nosso país
é normal, mas eu continuo a dizer que o nosso país não tem problema nenhum. O
nosso país está calmo, o único problema que há é esse desentendimento entre os
atores políticos", defendeu José Mário Vaz.
O Presidente guineense admite que o país se encontra "numa situação
difícil" mas se os cidadãos se empenharam no trabalho sério rapidamente a
Guiné-Bissau poderá mudar para passar a ser um país normal, disse.
José Mário Vaz admite ter tido divergências com o presidente da comissão da
CEDEAO, Marcel de Souza, quando este afirmou que na Guiné-Bissau "havia
greves em todos os setores e que os salários não são pagos" aos
funcionários públicos.
"Estão completamente desinformados" sobre a realidade guineense,
observou José Mário Vaz, convidando os cidadãos do país a trabalharem mais.
Sobre a posição da CEDEAO que recomendou a implementação do Acordo de Conacri,
o líder guineense sublinhou que há divergências de entendimento sobre o
assunto, frisando que na falta de consenso entre os partidos com assento
parlamentar decidiu nomear Umaro Sissoco Embaló, primeiro-ministro.
Notou que governo de Sissoco Embaló já está em funcionamento e que a questão
agora é que consiga fazer aprovar no Parlamento o seu plano de ação conforme
manda a lei guineense para que tudo decorra na normalidade constitucional.
José Mário Vaz explicou aos jornalistas que nomeou Sissoco Embaló
primeiro-ministro porque pareceu-lhe ser a única figura que reúne consenso
entre "a nova maioria no Parlamento", constituída pelos deputados do
Partido da Renovação Social (41 mandatos) e o grupo dos 15 deputados
dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
MB
// MSF
Lusa/Fim
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