Ângela Merkel
“Se há demasiado desespero em África,
evidentemente que os jovens vão optar por ir procurar uma nova vida no
exterior” disse a chanceler alemã Ângela Merkel na conferência “Compact with
Africa” com responsáveis africanos e investidores, que antecede a cimeira do
G20 que terá lugar no início de julho em Hamburgo, na Alemanha.
Para a chanceler alemã, que preside o
G20, o meio de travar a imigração dos países africanos para a Europa é
estimular, através de investimento privado, as economias em África.
Apesar do ministério alemão para o
Desenvolvimento ter anunciado que disponibilizou 300 milhões de euros de ajudas
suplementares aos países que lutam contra a corrupção, Merkel defende que um
“plano de ajuda” não é o pretendido para África, sendo preferível tornar os
países africanos mais atrativos para investimento, através de um apoio político
dos países do G20 e técnico de instituições financeiras internacionais.
Uma sugestão que não agrada alguns
dirigentes africanos, que preferem a criação de um “Plano Merkel” para África,
em referência ao “Plano Marshall”. Preferência que foi criticada pelo
presidente ruandês, Paul Kagame, que considera que “se a ajuda tradicional é
útil, ela nunca será suficiente para um desenvolvimento durável” por esse
motivo “o setor privado é essencial”.
Para Mahamadou Issoufou, presidente do
Níger, favorável a um “Plano Merkel”, a África “precisa da Europa que por sua
vez precisa da África. É então normal que os dois continentes invistam num
futuro comum, e isto necessita de esforços de ambas as partes e no quadro de
uma parceria de benefícios mútuos”.
A estratégia sugerida por Merkel assenta
na constatação que a explosão demográfica em África poderá beneficiar o
desenvolvimento económico no continente e consequentemente travar o fenómeno da
migração. Uma análise também partilhada por Paolo Gentiloni, presidente do G7,
que acrescenta que “para se combater eficazmente o problema das deslocações
forçadas e das migrações” é necessário “apoiar um desenvolvimento durável e
estimular os investimentos nos países de origem”.
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