sexta-feira, 16 de junho de 2017

ÂNGELA MERKEL APOSTA NO INVESTIMENTO EM ÁFRICA COMO MEIO DE TRAVAR IMIGRAÇÃO:

Ângela Merkel

“Se há demasiado desespero em África, evidentemente que os jovens vão optar por ir procurar uma nova vida no exterior” disse a chanceler alemã Ângela Merkel na conferência “Compact with Africa” com responsáveis africanos e investidores, que antecede a cimeira do G20 que terá lugar no início de julho em Hamburgo, na Alemanha.

Para a chanceler alemã, que preside o G20, o meio de travar a imigração dos países africanos para a Europa é estimular, através de investimento privado, as economias em África.

Apesar do ministério alemão para o Desenvolvimento ter anunciado que disponibilizou 300 milhões de euros de ajudas suplementares aos países que lutam contra a corrupção, Merkel defende que um “plano de ajuda” não é o pretendido para África, sendo preferível tornar os países africanos mais atrativos para investimento, através de um apoio político dos países do G20 e técnico de instituições financeiras internacionais.

Uma sugestão que não agrada alguns dirigentes africanos, que preferem a criação de um “Plano Merkel” para África, em referência ao “Plano Marshall”. Preferência que foi criticada pelo presidente ruandês, Paul Kagame, que considera que “se a ajuda tradicional é útil, ela nunca será suficiente para um desenvolvimento durável” por esse motivo “o setor privado é essencial”.

Para Mahamadou Issoufou, presidente do Níger, favorável a um “Plano Merkel”, a África “precisa da Europa que por sua vez precisa da África. É então normal que os dois continentes invistam num futuro comum, e isto necessita de esforços de ambas as partes e no quadro de uma parceria de benefícios mútuos”.

A estratégia sugerida por Merkel assenta na constatação que a explosão demográfica em África poderá beneficiar o desenvolvimento económico no continente e consequentemente travar o fenómeno da migração. Uma análise também partilhada por Paolo Gentiloni, presidente do G7, que acrescenta que “para se combater eficazmente o problema das deslocações forçadas e das migrações” é necessário “apoiar um desenvolvimento durável e estimular os investimentos nos países de origem”.

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