Governo inicia
combate a má-nutrição
A prevalência da
desnutrição crónica na Guiné-Bissau é de 27,6 por cento e com maior incidência
nas regiões de Oio (35,3%), Bafatá (34%) e Gabu (30,1%), enquanto a desnutrição
aguda é de 6 por cento, tornando-se, segundo o inquérito MICS 2014, como a
causa subjacente de 35 por cento da mortalidade de menores de cinco anos no
país.
O Dia Nacional da Nutrição serve para sensibilizar os concidadãos, sobre a importância de se promover a igualdade do género, um requisito crucial para o combate a desnutrição.
O primeiro Dia Nacional
da Nutrição foi celebrado ontem, sábado, numa cerimónia organizada em parceria
com o Pograma Alimentar Mundial, presidida pelo ministro de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Soares
Sambu.
O evento contou com as
presenças do ministro da Saúde Pública, Carlitos Barai, alguns membros do
Governo, da representante residente do PAM, Kiyomi Kawaguchi, a governadora da
Região de Oio e seus colegas, o representante residente do PNUD e outras
entidades diplomáticas, organizações de crianças e adolescentes, comunidades
religiosas, o poder tradicional, Cáritas, entre outras entidades.
FOTO FAMILIA DOS PARTICIPANTES DA JORNADA DE REFLEXÃO, SOBRE O DIA NACIONAL DE NUTRIÇÃO |
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GOVERNO ASSUME A INICIATIVA E IMPRIMIU UMA MAIOR ABRANGENCIA DOS AUTORES OU PARTES ENVOLVENTES |
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Presidindo o ato, Soares Sambu confirmou o engajamento do Governo no combate a malnutrição no país e lançou um vibrante apelo a todas e a todos no sentido de haver um empenho sério face a este flagelo.
Perante este facto, o Governo sente-se preocupado com a situação e decidiu, conjuntamente com o Programa Alimentar Mundial e outros parceiros multilaterais da Guiné-Bissau erradicar o mal pela raiz.
Nesta linha de ação, o Conselho de Ministros do dia 6 de Setembro findo aprovou a proposta do estabelecimento do dia 18 de Novembro como o Dia Nacional da Nutrição. O Governo quis com essa medida mostrar uma vontade política séria e o compromisso perante o país e a sua população para melhorar a situação nutricional no país.
O Executivo liderado por Umaru Sissoco Embaló reconhece que se o país não estancar a má nutrição terá dificuldades em desenvolver o seu capital humano e consequentemente o crescimento socio-económico e ainda entende que deve engajar-se firmemente para mudar o quadro nutricional das diferentes comunidades.
O ministro da Saúde da Guiné-Bissau, Carlitos Barai, defendeu sábado 18 de
Novembro, que para combater os problemas de má nutrição no país é preciso
conhecer profundamente as tradições culturais e os grupos étnicos.
"Temos as nossas
tradições que às vezes complicam as coisas. Uma criança com má nutrição tem um
problema de maldição que alguém lhe fez. Os régulos têm de ajudar as pessoas a
resolver os problemas de má nutrição e explicar que o único problema é má alimentação",
afirmou o ministro da Saúde.
Segundo o ministro,
que falava na cerimónia do Dia Nacional da Nutrição, só assim passam a existir
elementos que nos permitem intervir e resolver o problema.
"Se reparem bem
as regiões onde existem mais problemas de má nutrição são Oio, Bafatá e Gabu e
os grupos étnicos daquelas regiões são fula, mandigas e biafada",
explicou.
Para o ministro, é
fundamental que os governantes conheçam a realidade do país, porque "sem
esse conhecimento da realidade não podem ser governantes".
A situação da nutrição
na Guiné-Bissau, segundo indicadores da ONU de 2014, são "muito
preocupantes", segundo a representante do Programa Alimentar Mundial no
país, Kiyomi Kawaguchi.
Segundo os dados, nas
regiões de Oio, Bafatá e Gabu, um terço das crianças sofrem de desnutrição
crónica ou nanismo.
"O atraso de
crescimento ou nanismo não só afeta a aparência física das crianças, mas também
o seu desenvolvimento intelectual, cognitivo e emocional. O mais grave é que o
nanismo cerebral é muitas vezes irreversível", alertou a representante.
Segundo os dados
nacionais, 27,6% das crianças guineenses sofrem de desnutrição crónica e 6% de
desnutrição aguda.
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Para a representante Residente do PAM, Kiyomi Kawaguchi "o atraso de crescimento não só afeta a
aparência física das crianças, mas também o seu desenvolvimento intelectual,
cognitivo e emocional. O mais grave é que o nanismo cerebral é muitas vezes
irreversível”.
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Os chefes religiosos e
régulos que também intervieram no ato garantiram que vão empenhar-se junto das
suas comunidades para a materialização dos objectivos preconizados pelo
Governo.
Em suma:a celebração do Dia
Nacional da Nutrição representa um dos esforços concretos do Governo que apoiou
a Declaração da Assembleia Geral das Nações Unidas, sobre a Década de Ação
sobre Nutrição 2016-2025, expressando seu compromisso de Estado-membro para se
atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável que prevê até 2030 acabar
com todas as formas de desnutrição.
Bacar Balde/ CONOSABA/ Sidi da Costa
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