Quando um guineense admite a ingerência externa no seu
país e recusa reconhecer a soberania do Estado da Guiné-Bissau, o nosso Estado,
porque políticos e governantes guineenses ao longo dos anos em nome dos seus
interesses pessoais, partidários e de grupos, não fizeram mais do que
pedinchar, em nome do Estado e do Povo da Guiné-Bissau, a países terceiros, a
organizações financeiras e outras, representativas de "ordens e
agendas" internacionais, a partidos políticos estrangeiros alegadamente
irmanados na ideologia absolutista, ditatorial, só posso lamentar o sentimento
pátrio desse guineense e a sua ignorância consciente ou inconsciente, sobre as
realidades do nosso Estado.
Enquanto filho da Guiné-Bissau, sei que devo respeitar o Estado do qual sou
pertença, que conseguiu a sua independência, quiçá, a sua soberania, por via
duma luta armada de 11 anos, e que custou a vida a milhares de filhas e filhos
da Guiné-Bissau.
Nenhum dinheiro doado ao País, e pedido em nome do Estado e do nosso Povo,
por políticos e governantes guineenses, que foram sempre os beneficiários do
mesmo, vincula o Povo Guineense e o nosso Estado, ao ponto de nos
submetermos à humilhação e à ingerência externa nos assuntos internos do nosso
Estado.
Portugal tem recebido ajudas da União europeia desde quando ainda era designada
CEE, bem como do FMI e outras Instituições ou Parceiros, mas isso alguma vez
foi razão para que os cidadãos portugueses permitissem a ingerência da União
europeia em matérias de Soberania do Estado português?
Angola deve dinheiro a tantos países e a tantas instituições financeiras. Todos
sabem, por exemplo, as respostas que os angolanos dão aos políticos e
governantes portugueses, cada vez que as autoridades portuguesas interferem em
assuntos de soberania de Angola, ou não é verdade?
O guineense, por via das disputas políticas no país, ignora o sacrifício de
todos quantos deram suas vidas para que o nosso Estado soberano fosse
proclamado a 23 de Setembro de 1973.
Ignora que, não fôssemos um Estado Soberano, à luz do Direito Internacional e
das Relações Internacionais, há muito que tínhamos sido anexados, como
província de qualquer um dos Estados, nossos vizinhos.
Vamos defender e valorizar, com patriotismo e realismo, a nossa independência
política, que seja, quiçá, a nossa Soberania!
Positiva e construtivamente.
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