Grupo
dos “15”
COMUNIÇÃO À IMPRENSA
Convocamos a imprensa para fazer o balanço do que foi
a Conferência Nacional de Reflexão para Salvação do PAIGC, reunida sob lema “
Um PAIGC reunificado e coeso para enfrentar desafios do futuro”, de 17 à 19 de
Setembro de 2017, no hotel AZALAI, com a participação de 325 camaradas
conferencistas, militantes do PAIGC, vindos de toda parte da Guiné-Bissau, e que
foi uma iniciativa de militantes do Partido patrocinado pela sensibilidade
rotulada de Grupo dos “15” e Combatentes da Liberdade da Pátria.
Além do número de conferencistas acima citado foram
convidados mais 177 camaradas militantes e simpatizantes deste grande Partido
para colmatar algumas reclamações da vontade de participar. Portanto, estavam na
sala o total de 502 pessoas.
Participantes na Conferência são os nossos camaradas
do Partido ilegalmente expulsos, suspensos, excluídos, afastados sumariamente e
militantes que apoiam os ideais do PAIGC e de Amílcar Cabral defendidos pelos
rotulados de “Grupo dos 15”.
Como tínhamos anunciados os participantes, ora
citados, pertencem a maioria de estruturas do PAIGC de todo território nacional
e de todas as franjas da nossa sociedade.
Foram 21 dias de árduo trabalho da Comissão
Organizadora para preparar a Conferencia em causa onde todos os participantes
tiveram a oportunidade de estarem juntos e livremente debaterem diferentes
temas de importância política e que tem à ver com a vida e atuação do nosso
Partido na sua vida interna e na governação, a saber:
· Tema 1 - “A
relação do Grupo Parlamentar e a Direção do Partido;
· Tema 2 – “
O Programa do PAIGC como instituto programático mãe do Partido;
· Tema 3 – “
A Democracia interna partidária e a governação”
· Tema 4 – “
A problemática das sensibilidades internas e os objetivos da unidade e coesão
interna do Partido;
· Tema 5 –
“Disciplina partidária – Estatutos do PAIGC e as Leis da Republica.
A Conferência Nacional de Reflexão para Salvação do PAIGC,
reunida sob lema “ Um PAIGC reunificado e coeso para enfrentar desafios do
futuro”, produziu a Declaração de Bissau, cujo objetivo é exortar a Direção do PAIGC a promover os seguintes:
1. Ações concretas e imediatas conducentes à reconciliação no seio da
família PAIGC, privilegiando o diálogo franco e sincero
como única via para a saída da presente crise e convidar os responsáveis e
militantes do PAIGC a disponibilizarem-se ao diálogo e reconciliação para a
salvação do PAIGC;
2. Insistir com a Direção do PAIGC no cumprimento dos Acordos de Bissau e
de Conakry, em relação a reintegração incondicional de dirigentes ilegalmente expulsos
ou sancionados, bem como cessar imediatamente com afastamentos sumários e
exclusões ilegais que se tem verificado em todos os escalões e hierarquias do
Partido;
3. Propor a criação de uma Comissão Paritária (CP) entre a Direção do PAIGC
e do Grupo dos 15, para encetar discussões com vista a reintegração dos 15
Deputados e de todos os dirigentes, responsáveis e militantes do Partido
penalizados por se terem associado ou simpatizado com a causa dos 15 Deputados
expulsos do Partido.
Seria bom informar aos
jornalistas, a opinião nacional e internacional de que o Grupo dos “15” nunca reconheceu
as sanções instrumentalizadas e ilegais impostas pelo Conselho Nacional de Jurisdição
do PAIGC a mando do Presidente do Partido e que só visava correr com os que ele
conota como adversários interno para ter o caminho livre de forma a implantar
uma autocracia no seio do Partido como foi desenhada pela dita I Convenção
Nacional do Partido “reforçar poderes do Presidente do Partido”. Uma Convença
realizada de forma ilegal por não respeitar o art. 49 dos Estatutos.
O Relatório da dita Convenção
no capítulo de reforço de poderes, pagina 10, cita as seguintes conclusões e
recomendações:
“Para que o PAIGC se torne
um Partido mais eficiente e menos vulnerável, será preciso proceder mudanças
nos seus Estatutos. …
1. O Presidente do Partido
deve dispor de mais poderes. Ao Presidente do PAIGC devem ser
atribuídos mais poderes para que possa liderar o Partido em conformidade com a
Moção de Estratégia com que foi eleito. Esses poderes devem incluir,
nomeadamente:
a)Uma participação mais importante na escolha
das listas para os cargos de Direção e para a Direção das estruturas;
b)
Ser o Presidente a propor os candidatos aos cargos de Presidente da
Republica e Presidente da ANP;
c) Ter uma participação
decisiva na elaboração das listas dos candidatos a deputado e futuramente dos candidatos
as Autarquias.
(Isto para ver a tentativa de
mutilar a democracia interna e implantar a autocracia no seio do PAIGC)
Aliás, voltando atrás, as
decisões tomadas neste sentido pelo Conselho Nacional de Jurisdição do PAIGC
atentam contra a Constituição e as Leis da República. Os Estatutos do PAIGC não
podem suplantar a Constituição e as Leis da Republica. Portanto, os efeitos
práticos das referidas decisões ilegais são nulos e sem efeito.
Portanto, é evidente, pelos
que conhecem e tem experiencia da organização partidária, de que os Estatutos
do PAIGC permitem iniciativas próprias de militantes, em sensibilidades, art.
6º, que visam reforçar o diálogo, a capacidade de intervenção, a coesão e a
unidade interna do Partido.
Mas, infelizmente, a
resposta da Direção do PAIGC, em comunicado, foram ameaças e o convite a
violência, cita-se: “…, porquanto, se necessário, o nosso Partido e os seus
dirigentes, militantes e simpatizantes dispõe de capacidade para repelir a
força, em legítima defesa, quaisquer tentativas de assalto ao poder no Partido
ou de ofensas corporais aos seus dirigentes, militantes e simpatizantes ou
danos no seu património”. Fim da citação. Foi, assim, o essencial do comunicado
do PAIGC em resposta ao pedido de diálogo e reconciliação interna no Partido
feito pelos militantes conferencistas para salvação do PAIGC de Cabral. (Tumane
Mané vai aprofundar esse tema a seguir).
É importante que a Direção
do Partido se saiba que qualquer legitimidade que se reclama provém das bases do
Partido, pois, os militantes tem maior legitimidade que qualquer um de nós, porque
foram eles que delegaram seus poderes aos militantes congressistas que nos
elegeram no Congresso de Cacheu.
Ainda, é importante
esclarecer que o rótulo do Grupo dos “15” não foi uma autointitulação própria de
alguns militantes e dirigentes do Partido, mas sim foi imposto pelo Senhor Domingos
Simões Pereira e seus comparsas no Partido, graças a eles esta sensibilidade
foi institucionalizada como o Grupo dos “15”.
Como cita a Declaração de
Bissau, o Senhor Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC, “tem
inviabilizado inúmeras tentativas de mediação, de facilitação, tanto no país,
como no exterior, ou de diálogo aberto e franco entre as partes desavindas do
Partido, radicalizando-se profundamente em posições assumidas como
categoricamente irreversíveis, no sentido de uma reintegração efetiva dos
Deputados expulsos do Partido e de outros militantes expulsos e suspensos” Fim
da citação. O comunicado do Partido em questão foi, mais uma vez, o exemplo
vivo de tais atitudes irresponsáveis, e a recente intervenção do Secretario
Nacional do PAIGC, dia 8 do outubro corrente, em Cantchungo.
Portanto, a Declaração de
Bissau foi divulgada em todo o território nacional, nos dias 6 e 8 de Outubro
do corrente ano, prevendo um alvo selecionado de 1.400 militantes do PAIGC. Mas
sem incluir Circulo Eleitoral 26 e Região de Bafatá, que ainda estão por
realizar, superou-se 2. 150 Participantes alvos.
As recomendações sugeridas
nas diferentes localidades foram os seguintes:
a) Declaram estarem solidários com a Conferência Nacional de Reflexão
para Salvação do PAIGC, reunida sob lema “ Um PAIGC reunificado e coeso para
enfrentar desafios do futuro” e de subscreverem a declaração de Bissau;
b) Declaram ainda de intoleráveis atitudes e procedimentos de atual
liderança do PAIGC pela incapacidade de gerir e congregar as diferenças
internas e sensibilidades em torno dos ideais de unidade e coesão interna.
Seria importante descartar
de que apesar de Grupo dos “15” defender o Presidente JOMAV e o governo que
suporta nas suas políticas, nunca se disponibilizou a agir de forma
irresponsável e cegamente, mas defendendo sempre as causas justas, a democracia
e o Estado do Direito.
Apesar de a paciência ter
limites, o Grupo dos “15” continua aberto ao dialogo franco e sincero para uma
verdadeira reconciliação e sem ressentimentos no seio da grande família do
PAIGC.
OBRIGADO
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