quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A POLITICA NÃO TEM MEIO TERMO QUANDO SE É LIDER, POIS QUE AS EXIGENCIAS SÃO MAIORES E AS PROVAÇÕES CONSTANTES. QUANDO UM LIDER É DESTRONADO NUMA DAS SUAS RESPONSABILIDADES É URGENTE E OBRIGATÓRIO TIRAR CONSEQUÊNCIAS.

EM PORTUGAL PASSOS COELHO LIDER DO PSD GANHA ELEIÇÃO. FORMA GOVERNO. PARLAMENTO CHUMBA SEU GOVERNO E PERDE O DIREITO DE GOVERNAR PORTUGAL, PORQUE A OPOSIÇÃO SE ENTENDEU COM O SEGUNDO PARTIDO MAIS VOTADO E FORMARAM GOVERNO. 
PASSOS COELHO PERDE NAS AUTARQUIAS E LARGA O PARTIDO.

NA GUINÉ BISSAU O LIDER DO PAIGC, POR SUA CULPA E POR CONTA DE GESTÃO DANOSA E MENOS TRANSPARENTE PERDE O GOVERNO, MAS CONTINUA AGARRADO AO PODER E DESENVOLVE CAMPANHAS CONTRA ACTUAL GOVERNO, CONTRA O PAÍS E SEU PRESIDENTE DA REPÚBLICA, ALÉM DE DESENVOLVER POLITICA DE TERRA QUEIMADA.
Passos Coelho de saída. Que futuro para o PSD?
Christopher Marques - RTP04 Out, 2017, 11:41 / atualizado em 04 Out, 2017, 14:28 | Política
José Sena Goulão - Lusa

Sem surpresas, Passos Coelho refletiu e vai afastar-se da liderança do Partido Social Democrata. O desaire nas autárquicas marca o fim dos sete anos na liderança laranja. O partido olha agora para o futuro, que deverá passar por diretas no fim do ano. Rui Rio deverá anunciar a candidatura na próxima semana, Santana Lopes pondera, Paulo Rangel parece disposto a avançar e Montenegro também admite fazê-lo.
No domingo, Passos tinha pedido tempo. O líder social-democrata assumia a derrota e prometia refletir sobre o que tinha acontecido. A reflexão foi rápida: 48 horas depois do desaire eleitoral, Passos Coelho anunciou a decisão mais esperada.


Num longo discurso, revelou que não será recandidato à sua própria sucessão como líder social-democrata. Frisou no entanto que não se demitia, mantendo-se no partido até que seja apresentado um novo líder. “O partido não ficará em gestão”, garantiu.


O PSD deveria ir a votos no início de 2018, mas o anúncio da não recandidatura vem antecipar o calendário – como o próprio Pedro Passos Coelho propôs. Assim sendo, o Conselho Nacional do PSD vai reunir-se na próxima segunda-feira para marcar eleições diretas que deverão realizar-se no fim do ano.


Nesta definição de novo rumo, ainda nada é certo. Ainda não há candidatos oficialmente apresentados. De momento, a única grande certeza é mesmo a saída de Pedro Passos Coelho.


No discurso de terça-feira, o líder social-democrata defendeu que “uma nova liderança por parte do PSD e da estratégia associada terá melhores possibilidades de progressão e sucesso” do que a sua própria continuidade. Passos prometeu não “assombrar” a próxima liderança, mas também deixou claro que a não recandidatura não significa que se “cale para sempre”.


Quanto ao futuro do partido, Pedro Passos Coelho anunciou que não iria intrometer-se na luta pela liderança social-democrata. No entanto, referiu-se apenas a duas pessoas no discurso: o líder parlamentar Hugo Soares e o eurodeputado Paulo Rangel.


Paulo Rangel

Foi o único possível candidato de quem Pedro Passos Coelho falou, uma referência que só por si alimenta a ideia de que Paulo Rangel deverá avançar. “Sei que o PSD é um grande partido aqui e na Europa. Temos o Paulo Rangel aqui esta noite, o nosso líder parlamentar em Estrasburgo, e vice-presidente do PPE, que é um rosto da afirmação externa”, afirmou o ainda líder social-democrata.

Confrontado com a possibilidade de avançar, Paulo Rangel optou por não responder. “Há um tempo para falar e outro para estar calado”, disse o eurodeputado para quem este “não é o tempo de nomes”.


“Como se diz no livro do Eclesiastes, há tempo para rasgar e tempo para coser, há tempo para estar calado e tempo para falar. O tempo para falar foi lá dentro e o tempo para estar calado é cá fora”, afirmou aos jornalistas.


Segundo fontes citadas pela Lusa, Paulo Rangel fez uma intervenção muito aplaudida na reunião do Conselho Nacional, dando ênfase a temas como o alargamento à sociedade civil e a importância da mobilidade social. O eurodeputado terá ainda dito que os social-democratas não devem seguir “soluções amigas do Bloco Central”. Uma opinião vista como uma crítica a Rui Rio, protocandidato que se apresenta mais próximo de António Costa.

Ainda antes do Conselho Nacional, Paulo Rangel tinha já apresentado uma estratégia para o PSD num artigo de opinião publicado no jornal Público na terça-feira. Na crónica, Rangel reconhece a derrota “dura” nas autárquicas, defende uma oposição “firme e construtiva” e faz o contraponto com o que considera ser o PS do “igualitarismo social” e do Estado que “cativa, condiciona e infantiliza”.


A concretizar-se a candidatura, esta não será a primeira vez que Rangel tenta chegar à liderança dos sociais-democratas. O advogado disputou a liderança em 2010 com Pedro Passos Coelho e Aguiar Branco, tendo ficado em segundo lugar com 34 por cento dos votos. 


Antes, Rangel foi secretário de Estado no Governo de Santana Lopes e líder parlamentar do PSD durante a liderança de Manuela Ferreira Leite. Em 2009 e 2013 foi cabeça de lista dos social-democratas nas eleições para o Parlamento Europeu. Permanece até hoje como eurodeputado, sendo ainda vice-presidente do Partido Popular Europeu.



Rui Rio

O eterno proto candidato deverá anunciar a candidatura já na próxima semana. Rui Rio tinha já sido apontado como pretendente à liderança social-democrata em 2008 e 2010. Acabou por não avançar, assumindo até ao fim os seus mandatos à frente do Porto (2001-2013).



Depois do Porto, Rui Rio apareceu como possível candidato à Presidência da República em 2015. O tabu permaneceu durante longos meses, alimentado pelo próprio e pelo programa que ia apresentando na comunicação social. O ex-autarca do Porto acabou por não avançar.

Com a saída de Pedro Passos Coelho, Rui Rio deverá formalizar o avanço nos próximos dias. A RTP apurou que o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Rio tem estado a ouvir notáveis social-democratas.

Santana Lopes

Era o candidato pretendido para avançar rumo à Câmara de Lisboa, mas Santana Lopes disse não. O ex-primeiro-ministro optou por permanecer como provedor da Santa Casa da Misericórdia, em vez de avançar para um combate com Fernando Medina. 

Depois do desaire laranja nas autárquicas – nomeadamente em Lisboa -, Santana Lopes admitiu que está a ponderar avançar com uma candidatura à sucessão de Pedro Passos Coelho. Na SIC Notícias, disse que tem recebido muitas mensagens de incentivo, estando “obviamente” a ponderar.

O ex-presidente da câmara de Lisboa criticou ainda os “consensos fabricados” em torno de potenciais líderes. “Esses consensos fabricados antes de tempo, nunca gostei, nem gosto”, afirmou. “Mesmo que alguém corra a apresentar-se com nomes de barões e baronetes, quem vota são os militantes”, recordou Santana.


A concretizar a candidatura, Santana Lopes tentará o regresso ao posto onde esteve menos de um ano (2004-2005). Chegou a líder social-democrata e também a primeiro-ministro com a saída de Durão Barroso para a Comissão Europeia em 2004.

O Governo de Santana durou poucos meses, marcado por críticas vindas do interior do próprio PSD. "Este é um Governo a quem ninguém deu quase o direito de existir antes de ele nascer, e que, depois de nascer através de um parto difícil teve que ir para uma incubadora e vinham alguns irmãos mais velhos e davam-lhe uns estalos e uns pontapés", queixou-se o próprio em novembro de 2004.

No fim de 2004, Jorge Sampaio dissolveu a Assembleia da República. Santana Lopes viria a perder as legislativas em 2005, cedendo São Bento a José Sócrates. Em mais de 30 anos na causa política, Santana passou ainda pela autarquia da Figueira da Foz (1998-2001), de Lisboa (2002-2004) e foi também líder parlamentar do PSD (2008).

Luís Montenegro

O ex-líder parlamentar do PSD aparece como sucessor natural de Pedro Passos Coelho e, como tal, tem sido apontado como possível candidato à liderança social-democrata. Na terça-feira e na manhã de quarta-feira, a imprensa avançou que Montenegro não deverá candidatar-se.

Expresso escreveu na terça-feira que este “está pouco inclinado a chegar-se à frente”, por ser “demasiado cedo para assumir a presidência” e por estar “demasiado conotado” com o próprio Passos Coelho. Também o Público escreveu esta quarta-feira que, apesar da pressão, Montenegro está “inclinado a resguardar-se”.

No Conselho Nacional de domingo, Montenegro fez um intervenção muito aplaudida, com elogios a Pedro Passos Coelho mas na qual não falou sobre a futuro do partido. À saída, o ex-líder parlamentar não falou à comunicação social. “Boa noite. Falamos um dia destes”, respondeu apenas à reportagem da RTP.

Apesar destas notícias, Luís Montenegro trouxe novos dados a jogo esta quarta-feira, aumentando a especulação sobre o futuro do PSD. Na TSF, o ex-líder parlamentar disse que está a ponderar uma eventual candidatura. "Estou muito tranquilo a fazer esse exercício", referiu, sublinhando que tem "uma liberdade total para poder decidir aquilo que achar melhor para o país" e para o PSD.

Questionado se a sua ponderação depende do avanço de outros candidatos como Rui Rio ou Paulo Rangel, Montenegro respondeu que o seu avanço "não depende de ninguém".
Sarmento e Marco António Costa dizem não
Se ninguém ainda apresentou preto no branco uma intenção de candidatura, já vários se retiraram da lista de pretendentes ao trono social-democrata. Na terça-feira, ainda antes do Conselho Nacional, Morais Sarmento recusou avançar.

“Nuno Morais Sarmento não é um nome a considerar para o próximo congresso do PSD”, afirmou na Rádio Renascença. O ex-ministro de Durão Barroso apresentou aqueles que considera serem os “três nomes incontornáveis” para o futuro do PSD: Marques Mendes, Rui Rio e Santana Lopes.

Por sua vez, Marco António Costa anunciou que não pretende ocupar cargos partidários nos próximos anos. “Entendi que devo sair com Passos Coelho e não tenho nenhuma intenção de ocupar cargos no partido”, afirmou à Lusa.

Marco António Costa foi um dos braços-direitos de Passos Coelho no partido, tendo sido coordenador, porta-voz da comissão política e ainda vice-presidente de Passos. 

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