O Acordo
de Conacry, em nenhum momento obteve consensos. Contudo DSP e seus acólitos vêm
fazendo propaganda como se assim tivesse sido, em torno de um nome: Augusto
Olivais. Este dirigente do PAIGC não recolheu o apoio dos representantes da
nova maioria parlamentar, isto é, não convenceu o PRS nem os representantes do
Grupo dos 15.
Numa primeira fase de negociações, o
PAIGC, mantendo a postura autista, insistiu no nome de Carlos Correia, que nem
sequer fazia parte dos nomes propostos. Só depois de encerrados os trabalhos,
caindo na realidade, forjaram a mentira de que tinham defendido o nome de
Olivais, numa tentativa desesperada para não reconhecer a derrota e fazer
voltar tudo ao ponto de partida.
O pior em tudo isto é toda a manobra
de manipulação a que assistimos, para impôr o nome desejado pela ala do PAIGC
de DSP, numa aliança táctica com o presidente da mesa da ANP.
O PRS – segundo maior Partido
guineense – fez questão de anunciar, logo à chegada ao Aeroporto de Bissau, que
não tinham eleito ou consensualizado qualquer nome para Primeiro-Ministro,
tendo-se limitado a opor-se ao nome de Carlos Correia, não levantando objecções
aos nomes propostos pelo Presidente da República, sobre quem recaía a
responsabilidade de escolha. O que ficou plasmado por escrito no documento,
traduz o espírito das negociações. O PRS defendia simplesmente que viabilizaria
qualquer nome de entre os três, aquele que merecesse maior confiança do Chefe
de Estado, pois fôra esse o princípio adoptado.
Já estamos habituados às tentativas desta
ala do PAIGC, para impor uma marioneta, cujos cordelinhos seriam puxados por
DSP, como aconteceu com Carlos Correia. Felizmente o Presidente JOMAV, que não
aceita pressões, não foi na conversa do bandido. Desde essa altura, em que foi
assinado o Acordo de Conacry, que DSP se vem desdobrando em contactos e grupos
de pressão internacionais, não recuando sequer em prejudicar a imagem da
Guiné-Bissau.
Contudo, internamente, continuou
sempre a negar qualquer tentativa de diálogo que pudesse desembocar na escolha
de um nome diferente do de Augusto Olivais. De recordar que houve várias
iniciativas e esforços de levar o ainda líder do PAIGC a sentar-se com os seus
pares para se conseguir uma resolução pacifica deste diferendo, nomeadamente
pela reintegração dos deputados no Partido, conforme prescrito no Acordo de
Conacry.
DSP continua a alimentar ilusões,
sonhando com pressões internacionais para voltar ao poder. Não perde uma
ocasião para choramingar à porta das reuniões oficiais, numa atitude degradante
para o Partido que pretende representar. Foi para Nova Iorque, com os seus
lobbies, para pedir sanções aos “actores políticos e militares”. Militares? Que
militares?
As FARP já provaram que o problema não
são os militares, são precisamente os políticos, como DSP, que julgam ser os
únicos capazes de governar, e se mostram dispostos a tudo, incluindo trair o
seu país, para regressar a um poder que não souberam usar. A haver sanções – o
que sempre esteve fora de questão, dada a serenidade do país – deveriam começar
precisamente por DSP ou por Cipriano Cassamá, que promovem o bloqueio das
instituições e impedem os órgãos constitucionais de se reunir, opondo-se ao
diálogo.
Se hoje o país tem um Governo, que por
sinal inclui 16 Dirigentes do PAIGC, para além do próprio Primeiro-Ministro
Umaro Cissocó, deve-o ao bom senso do PRS, que, como afirmou o Ministro
Florentino Mendes Pereira, prefere fazer parte da solução do que do problema.
As coisas estão a começar a funcionar,
com o novo Executivo, que oferece garantias de suporte parlamentar para entrar
em plenitude de funções, dando sinais fortes do seu empenho, em termos de implementação
prática das acções mais prementes, o que vem sendo reconhecido por vários
substratos da sociedade, permitindo alimentar a esperança de finalmente
conseguirmos as realizações e as reformas há tanto tempo adiadas, e chegarmos a
bom porto.
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