terça-feira, 15 de novembro de 2016

CONSENSOS - CONCEITOS E EXPLICAÇÕES - PARTE 2

Consenso versus decisões por votaçãoEditar
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Decisão por consenso

O consenso se obtém por meio de diálogo. Fazendo uma analogia matemática, a pessoa A fala 5, enquanto B fala 2. Depois de algum tempo, A fala 4,5, e B fala 2,15. Ao final, A e B decidem que a melhor solução para ambos é 3,50, ambos cedendo um pouco em suas posições.

O consenso é, desta forma, obtido por ambas as partes cederem, concordarem e discordarem, obtendo um resultado final diferente do ponto de partida, com benefícios e perdas comuns a ambas as partes ou até mesmo com a construção de uma nova solução, que incorpore a soma de ambas as posições.

As partes buscam os objetivos em comum das propostas, dialogam para defini-los, negociam trocas, tentando manter os melhores pontos e desfazendo-se do que consideram os piores ou menos importantes. Por meio das palavras, as partes descobrem se há consenso ou não. Deve-se então, tomar cuidado para não confundir a busca de um meio-termo com consenso, pois este é um método de tomada de decisões no qual a opinião de todos são escutadas e a solução final não necessariamente é originada de um meio-termo.

É possível que algum conflito de interesses impossibilite a construção de um consenso. Nestes casos, a resolução pode ser feita por meio de uma votação.

A votação é outra metodologia para a tomada de decisões quanto à resolução de questões. Isto pode ocorrer em casos nos quais o consenso é impraticável. Geralmente, questões que envolvem gosto pessoal e critérios de formação moral têm maiores dificuldades de obter um consenso, pois alguns detalhes da discussão podem ser considerados inflexíveis, no entanto não é impossível.

Assim, a votação é uma maneira de se obter a maioria, e fazer com que a decisão seja aceita conforme regras predeterminadas de comum acordo, mesmo que a parte perdedora não concorde com o resultado após o fim da votação. É diferente da ideia de consenso, no qual todos buscam pontos de comum acordo.

Exemplos de consensoEditar
Milhares de comunidades no mundo inteiro vivem diariamente com processos de tomada de decisão por consenso, em praticamente todas instâncias da vida em comunidade. Exemplo disso são muitas comunidades indígenas, como os Chiapas, ou comunidades intencionais, como as ecovilas.
A Igreja Católica Apostólica Romana e a Federação Luterana Mundial, entraram em um consenso, em relação a teoria da justificação. A partir desta decisão, ambas as igrejas, depois de séculos divergências sobre o assunto, juntaram esforços para estudar o assunto.[2]

Um exemplo de tomadas de decisões por meio de consenso é o existente no modelo Westminster de democracia, posto em prática no Reino Unido. Neste sistema democrático, sem a utilização de votações, as decisões do gabinete são tomadas por ações inclusivas de consenso, isto é, todos os ministros debatem suas posições, e ao final têm que concordar com a ação a ser tomada, e defendê-las publicamente. Em situações excepcionais, caso um ministro não concorde com o rumo da decisão, ele pode renunciar ao cargo, como fez Robin Cook à época da invasão do Iraque, no ano de 2003.
Commons
Commons possui imagens e outras mídias sobre Consenso
Ver tambémEditar
Referências
2.    CONCÍLIO PONTIFÍCIO DA CÚRIA ROMANA, Posicionamento Oficial Conjunto da Federação Luterana Mundial e da Igreja Católica, disponível em http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-official-statement_po.html


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